sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Eu sinto sua falta


Seria hipocrisia dizer que não sinto falta da sua presença, do seu sorriso, das suas piadas e das suas palhaçadas. Sinto falta de você contando suas experiências hilárias, trágicas ou mesmo sérias demais. Sinto falta das dicas que me dava; da sua ajuda; da sua compreensão; da sua sabedoria. Você fez com que eu me tocasse que a vida é feita de escolhas e que precisamos aprender a fazer as melhores.
Eu ficava me perguntando o que havia acontecido quando você aparecia sério, sem sorrir, sem brincar. Eu queria que você soubesse o quanto foi importante na minha vida e o quanto eu me esforçava para que você tivesse orgulho de mim. Você foi uma das maiores influências  que eu encontrei para escolher o que eu realmente quero pra mim.
Mas você partiu, sem se despedir. E eu fiquei aqui, esperando, esperando, mesmo você não dizendo se iria voltar. E, na última oportunidade que eu tive para te ver, o destino (se é que ele existe) me pregou uma peça e eu não pude comparecer. As boas lembranças ficaram, mas você se foi. Se hoje choro é de alegria por ter tido o privilégio de conhecer alguém como você, e de tristeza, por você ter permanecido tão pouco tempo em minha vida.
Gostaria que soubesse que eu estou lutando, assim como você lutou, para alcançar meus objetivos e que você sempre vai permanecer em mim.
Tudo isso foi pra dizer que te amo e que sinto a sua falta.
                                          UM ANO SEM WILSINHO.
                                               NÓS TE AMAMOS!
Por: Angélica Polanchine
Quem acompanha o blog, sabe, no dia 29 de setembro, fará 1 ano sem o melhor professor que já existiu. 29 de setembro de 2010 leia.

sábado, 9 de julho de 2011

Oi, dessa vez para o inverno.

Abri os olhos e senti meus pés congelarem quando os coloquei no chão, logo olhei para a janela e a vi toda embaçada, tamanho o frio que deveria ter feito naquela noite. Já até conseguia ver a notícia no jornal, a noite mais fria do ano nessa pequena cidade do interior que só dizia oi para o calor. Então eu levantava da cama e preparava um café, e a partir daí começa minha rotina. A única mudança nela era o que hoje me faria lembrar de você. Então eu me agasalhava e saia, sem rumo, sem nada, apenas saia sem saber como voltar. Eu olhava para os casais e me perguntava onde estava o erro em mim. 
O fato de estar frio só piorava aquela necessidade de alguém para abraçar, de alguém para lhe emprestar uma blusa mesmo que ele morresse de frio, resumindo, faltava o calor de qualquer romance sincero que no inverno só deixava ainda mais sua marca.
E eu andava, andava para esquecer e para fingir não pensar, na verdade me distraia facilmente mas sempre tropeçava na irritante realidade, como se você acordasse de um sonho e tentasse voltar. Na maioria das vezes não conseguimos. Eu passava despercebida na maioria das vezes e isso não me irritava, eu sempre gostei de observar as pessoas sem ser vista.
Eu corria no vento gelado, isso era outra sensação de liberdade que o inverno me proporcionava, eu ficava mais carente, acolhedora. Quem resiste ver um cachorro sozinho na rua e não lhe comprar algo para comer? Não que eu não faça isso no calor, mas no frio, pra mim é outra historia. Logo fui comprar.
Sai da lanchonete com um prato de plástico na mão, sentei na praça onde estava o cachorro e ele veio ao meu encontro como se não visse comida há anos, coloquei no chão e fiquei o vendo comer. Olhando pra baixo, distraída, nem pude perceber que alguém se aproximará, só percebi quando ele disse:
- Você sempre faz isso?
Eu meio que despertei de outro sonho.
- Oi?
- Você sempre quando encontra um cachorro faz isso?
- Sempre quando eu posso.
- Ah, sabia que o dono da lanchonete não gostou? Ele resmungou dizendo que ele não gasta dinheiro pra fazer comida e alguém vir comprar e dar pra um cachorro de rua.
- Ah, eu nem ligo, eu comprei e faço o que quiser certo? Dei dinheiro, ele deveria estar feliz, o que faço com o que compro ai já é problema meu. Sem querer ser grossa.
Ele deu um sorriso de lado e eu também. Por fim ele disse.
- Vamos tomar um café? Eu levo o Nick.
- Nick?
- Esse aqui – Ele abaixou e pegou o cachorro
Eu simplesmente sorri, e fomos juntos tomar café. Nós três, e nada mais foi capaz de nos separar.
A partir daí o inverno escreveu sua história.
ps: adotamos um gato também agora.

Este texto faz parte da tag "De Quinze em quinze" do blog depoisdosquinze.com )

sexta-feira, 4 de março de 2011

contorno


Está sobre a minha pele, tudo resolveu transparecer de um dia para o outro. Nada de anormal, apenas alguns sentimentos que eu guardava lá no fundo pronto para serem excluídos, decidiram por conta própria passar por cima e ficar expostos para quem me olhar ter a chance de decifrá-los.
Mas felizmente eu aprendi a escondê-los.
Às vezes eu até esqueço-me da existência deles, eu vivo com a mesma rotina mas uma luz estranha decidiu me acompanhar, ela tem uma cor puxada pro azul bebê, eu não tenho mais medo do escuro e ficar sozinha significa apreciar a incrível e misteriosa luz.
Com o tempo passando, ela não era só uma luz que ficava do meu lado, com o tempo ela foi ganhando a forma do meu corpo, ou melhor, contornando-o. Alguns dias ela brilhava mais e mais, em outros era uma camada fina que pouco aparecia, mas eu sabia que ela estava lá, até hoje ela continua aqui. Eu não sei pra que, mas comecei a reparar que poucas pessoas têm seu corpo contornado pela luz.
E ela ajuda, quando você menos espera, quando te falta coragem, quando você tem vergonha, você leva as mãos ao rosto e ao fazer isso percebe aquele brilho que não sai de você. Por as vezes você só precisar de alguém que te apoiei, você limpa suas mãos e a luz continua lá, olhando pra você e dizendo ‘eu não vou embora, aconteça o que acontecer, bom ou ruim, certo ou errado, quando você fechar os olhos, tudo será igual’. Ela fala, mesmo não falando, ela te olha mesmo não olhando, ela te da força por simplesmente brilhar, por simplesmente te iluminar.
Às vezes uma luz no lugar certo revela em você mesmo, detalhes seus que até hoje você não viu.
Ela nunca vai embora.
Mesmo que você não goste.
Ela permanece.
Mas sabe de uma coisa? Ela te acompanha desde sempre, basta você querer e merecer ver. Então fecha os olhos e sonha! Porque esse mundo só quem acredita verdadeiramente nos sonhos entende.
Então me fala, que cor é a sua?

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

por dentro e por fora

Quando olhamos uma pessoa, o nosso maior erro é achar que sabemos alguma coisa sobre ela. Ela pode ter uma aparência impecável, mas talvez a aparência seja a única coisa impecável nela. Não conhecemos ninguém somente por saber seu nome ou até mesmo sua banda preferida, passamos a conhecer as pessoas quando elas nos deixam olhar em seus próprios olhos.
Eu acho que não quero que ninguém me conheça, venho reparando há tempos que toda vez que sou apresentada a alguém, nunca deixo que ela olhe diretamente nos meus olhos. Medo? Angústia? Não sei.
Odeio quando tiram conclusões sobre mim, quando pensam que me conhecem. Ou metade das pessoas estão conformadas em simplesmente saber o básico sobre mim, ou eu nunca permiti que elas conhecessem mais que isso.
Não, eu não estava brava com você aquela noite, pelo contrario, eu te olhava quando você estava de costas, você obviamente não percebia até que você me olhou, mas eu não percebi. Eu fui jogada em seus braços, e sem sucesso alguém, eu tentei espaçar. Não vou negar que quero de novo mas nunca pratiquei tanto o desapego quanto agora.
Você já fez, uma vez, duas vezes, e porque não três?
Há sempre uma historia por trás de cada pessoa, há sempre um desejo escondido atrás de um sorriso, há sempre um mundo novo esperando você.
Eu venho aprendendo a cada dia que eu tenho a permissão de imaginar qualquer coisa de uma pessoa, mas até eu conseguir a permissão da mesma para encontrar seus olhos, eu vou guardar minha imaginação.
Eu olho para muitas pessoas, eu imagino centenas de coisas. Eu estou construindo a minha história. Eu estou construindo duas coisas, minha aparência e minha essência. Dentro e fora.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

quatro pessoas


Eu e você, você e eu, quatro pessoas. Eu sempre igual e você do mesmo jeito.
Dias atrás, hoje, tanto faz, me pego ensaiando diálogos que até hoje não aconteceram. Sento na minha cama, escolho o bichinho de pelúcia que eu mais gosto - provavelmente aquele que você me deu - e começo. Lembro de quando você me entregou e junto eu ganhei um abraço e um feliz aniversário, lembro também de quantas vezes já o joguei no chão e pisei em cima.
Rara são as vezes que combinamos algo junto, mas sempre quando saímos nos encontramos, e você fica do meu lado a noite toda, conversando comigo, amedrontando todos os outros pois eles acham que eu sou qualquer coisa sua, e sempre quando perguntam para você ou pra mim o que sempre sai é: amigos.
Oi amigo.
Alguns falam que da pra ver de longe que não é só isso, mas é só isso.
Por você e por mim é só isso.
A coragem passa longe de nós dois, o medo de dar certo também.
Já perdi as contas que quantas vezes peguei você olhando nos meu olhos, de quantas vezes você fechou a cara quando eu sai com alguém. O modo como você fica estranho quando eu comento que minha noite foi ótima mesmo você não estando nela.
Sei que eu devia ter coragem também, mas eu já cansei de ser a primeira jogar e sempre perder. Arrisco-me todos os dias, sim, a cada dia que passa corro o risco de não ter você.
Somos como o medo e a força. O medo é uma perturbação resultante da ideia de um perigo, receio de causar algum mal e a força determina o estado de um corpo, o resultado de uma ação. Eu sei onde estamos, sabemos o perigo que corremos se dermos mais um passo, uma nova ação.
Mas eu não quero ser a única a fazer isso e perder.
O medo que temos de amar é o medo de estar perto demais.
A força de amar é a força que nos permite olhar nos olhos, não para procurando algo e sim para confirmar aquilo que deseja.
Eu curei minhas feridas, estou pronta para uma nova proposta, pronta para correr qualquer risco, eu só preciso disso, vem comigo?

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

retrospectiva


Esse ano foi como os outros, não chega nem aos pés do meu melhor ano, foi um ano neutro mas com uma pitada de dor e choro.
Tive várias surpresas, conquistei amizades que nunca imaginaria e perdi outras da mesma maneira, me surpreendi com tantas e me decepcionei com outras, ri de coisas que já me fizeram chorar, chorei de coisas que já me fizeram rir. Perdi uma pessoa que nunca passou pela minha cabeça que isso poderia acontecer, foi a pitada de dor e o choro que ainda marca.
Já já tudo recomeça, mais um janeiro, mais 12 meses, mais 365 dias.
Muitas e maiores incertezas, indecisões, duvidas, ricos, risadas, quedas, amizades, perdas, esperança, pessimismo, amores, ilusões, diversões e assim vai.
Cada ano a rotina aumenta, cada dia parece durar menos, cada hora se transforma em minutos. Vinte e quatro horas parece pouco pra mim.
Eu olho ao meu redor, vejo como tudo muda a cada dia, tudo fica velho, desgasta - até eu, até você – e cada vez mais, isso aparentemente acontece mais rápido.
Cada ano por mais insignificante ou horrível que ele tenha sido, foi para te mostrar algo, da pior forma talvez, mas é sempre quando somo mais exigidos que lembramos exatamente de tudo.
2010 pra mim e pra muita gente poderia ter sido melhor, mas não adianta torcemos para que 2011 seja melhor se nós não melhorarmos.
Foi mais um ano de descobertas, mais um ano de luta.
A cada ano que passa descobrimos o quanto somos fortes, nunca haverá algo no nosso caminho que não poderemos vencer. E se um algum dia você duvidar disso, se um dia você encontrar-se em um momento de queda infinito, feche os olhos, respire fundo, sinta o vento da queda em seu rosto, continue caindo, caindo e caindo, e quando parecer impossível, se você desejar e lutar, você vai perceber, ao abrir seus olhos, que você não bateu de cara no chão, algo te fez flutuar.
Pra mim, nós temos asas invisíveis. Que são nossos desejos e pedidos verdadeiros. Mas lembre-se que elas não te sustentaram para sempre, um dia você sustentará alguém. Depois de uma forte tempestade, sempre - sem nenhuma exceção – você verá o arco-íris.
Tchau 2010, pode ir, aprendi tudo o que podia.
Vem 2011 eu quero melhorar junto com você.
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Feliz 2011 de coração para todos que um dia tiraram cinco minutos para olhar esse blog e feliz 2011 pra quem não tem nem conhecimento do mesmo. Vem 2011, estamos prontos! ounão

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

brindar


Sabe aqueles dias, que você se olha no espelho e procura alguém do seu lado? Aqueles dias que você quer correr pra ver quem corre com você ou quem vai atrás? Aqueles dias que você deita no meio da sala, com o fone de ouvido no último volume querendo ser invisível? Aqueles dias que você só consegue escutar, opinar é uma coisa aparte. Pois bem.
Eu queria jogar tudo pro ar, dizer chega. Eu não suporto isso, e minha válvula de escape, cadê? Eu não tenho, ok, comer chocolate eu não considero como uma válvula de escape, eu considero pessoas.
Eu cansei de suportar coisas que nem sei por que suportava, eu cansei de correr atrás, eu cansei de ser assim a um ano atrás. Incrível que somente agora eu estou entrando em conflito com algumas pessoas, que não estão aceitando a pessoa que me tornei.
Desculpe-me mas eu to melhor assim, e pretendo ser pior.
Não vai ser uma garrafa na mão que vai mudá-la – por uma noite muda, toda vez que você tomá-la também – não vai ser um cigarro, não vai ser uma droga, não vai ser uma transa, não, só quem pode induzir você a mudança, são ocasiões, atitudes e pessoas – elas te induzem, mas apenas você permite a mudança.
Porra, levanta essa garrafa que se encontra na sua mão, faça um brinde a você mesmo. Não por você achar que tem idade para beber, porque isso você não tem, mas sim por você poder dizer, eu mudei, eu aprendi com meus erros, eu cresci, eu curti, eu chorei, eu fiquei de porre, eu amei, enfim porra eu vivi.
Brinde sozinho, a única pessoa que nunca te deixará é você mesmo.
Tudo vai e volta, mas quando volta, não volta como a primeira vez, volta na segunda ou terceira. Fazer algo na vida, é simplesmente fazer uma vez, as outras, nós mudamos, aperfeiçoamos.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

máscara


Lá estava, mais uma vez, igual a todas as outras, por algum motivo achei que essa seria diferente, de novo.
Eu olhei para todos os lados e eles só me falavam ‘sim’, não me davam o porquê, apenas sim. Então eu acreditei e fui, e eu não me arrependi disso até agora, apenas achei que duraria mais, pois antes de conseguir o que quer você é uma pessoa totalmente diferente, mas depois, como tantos outros você mudou, a máscara caiu.
Mas, quanto tempo essa máscara duraria? Nunca o tempo que eu queria.
Mas eu quis acreditar. Eu procuro em torno do mundo, mas não consigo encontrar, agora acho que o encanto acabou de vez, ou ele é igual um dente de leão, a última ‘pétala’ desprendeu-se como as outras, caiu, e agora eu vou ter que esperar até que ela, que agora se encontra deitada na terra, seja regada pela chuva e nasça um dente de leão totalmente renovado.
Eu não fiz o que me falaram, eu não escolhi, eu deixei que me escolhessem.
Nenhum plano, nem uma segunda chance e ninguém para culpar.
São palavras que eu não pude dizer, são palavras que eu não quero dizer.
Eu só queria isso de novo, e de novo. E se possível, se for certo pra mim, quero isso pelo tempo ideal.  
Mais um texto com palavras jogadas em uma folha, sem sentido pra você, mas com todo o sentido pra mim.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

no momento, agora


Cada dia começa diferente do outro, mesmo você achando que não. Você acorda com o cabelo diferente, seu corpo se encontra em outra posição, um segundo a mais ou um a menos, seu animo é diferente, mesmo que pareça tudo uma rotina, na verdade é uma rotina diferente a cada dia.
Dias eu acordo vidrada no meu passado, de porque algumas coisas acontecerão ou porque não acontecerão, porque teve que passar rápido. Dias eu acordo vidrada no meu futuro, sair dessa cidade, me formar, encontrar um amor, e viver.
Percebeu que nunca olhamos para o presente? Estamos sempre planejando o futuro, que um dia será o nosso presente, e quando esse dia passar ele será nosso passado, e no amor, isso causa danos irreversíveis na maioria das vezes.
A verdade é que nunca queremos que algo que gostamos tenha fim, então sempre planejamos um futuro para tudo que é importante para nós.
Porque não aproveitar um momento junto de um amor, sem pensar na saudade que dará depois? É o simples medo de perder. Porque não prestar atenção em cada palavra que um amor diz? Porque querer que aquilo dure a eternidade, sendo que talvez aquilo que você deseja que seja sua eternidade é uma coisa extremamente falsa, você ainda vai querer isso?
Queremos sempre apressar as coisas, sempre planejamos tudo, nunca deixamos acontecer. Não pressione ninguém, nunca sufoque alguém. Desgasta. Sou prova viva de que fazer isso, só faz com que várias pessoas saiam da sua vida.
Lute com toda a sua garra.
Mas nunca lute por alguém que não quer ter marcas no corpo.
O momento, chamado agora, é a única coisa que se aproxima da certeza, eu disse se aproxima, não que é uma certeza. Agora eu tenho você, daqui a um minuto eu ainda terei? Talvez nesse minuto eu esteja brigando com você, e depois vou me perguntar o porquê de não ter aproveitado meu último minuto com você. Pare de ignorar as possibilidades que te rodeiam, e considerando elas, aproveite cada momento do seu agora.
Você tem certeza que o seu amanhã será do jeito que você planejou?

sábado, 4 de dezembro de 2010

20 minutos


Ontem, hoje, amanhã. Claro, escuro. Noite, dia, tanto faz.
Parece que voltei á um ano atrás, quando eu acordava cedo em pleno domingo e sentava na frente de casa por 20 longos minutos, até minha mãe me chamar para entrar. Eram sempre sete e meia da manhã, e a minha desculpa de todo domingo para fazer a mesma coisa era que eu não conseguia dormir mais e que amava ver o céu logo cedinho, mas na verdade há um ano eu penso em como será daqui pra frente, o que mais terei que enfrentar e o por que.
Nunca consegui uma resposta e vejo que não conseguirei tão cedo, talvez não seja necessário, bom tanto faz, eu vou passar por muitas coisas sabendo o porquê delas ou não, acho que saber a causa só me confortaria ou me deixaria mais indignada.
Eu tenho medo é do futuro, por isso necessito de tantas respostas, as vezes por não estar preparada para deixar meus 20 minutos para trás, e nem as pessoa que conquistei nessa pequena cidade do interior. Mas eu não vou deixar de correr atrás do meu sonho por isso, eu não tenho noção da dor que será, mas depois de um tempo, quando a cidade ficar mais velha e eu também, eu volto aqui para visitar. Sei que cada um terá um caminho diferente, mas todos nós tivemos a mesma origem.
Eu vou querer meus 20 minutos para sempre.
Hoje, um ano depois dos meus 20 primeiros minutos, me deparo acordando todos os domingos sete e meia da manhã, sentando em frente de casa com meu ipod no último volume, minhas perguntas são diferentes, mas tem o mesmo fundo de antes.
Nos meus próximos 20 minutos diários, eu vou lembrar sempre da pedra que deixo rolar toda vez, das folhas que vejo cair e do sol iluminando a pequena cidade do interior.