terça-feira, 25 de janeiro de 2011

por dentro e por fora

Quando olhamos uma pessoa, o nosso maior erro é achar que sabemos alguma coisa sobre ela. Ela pode ter uma aparência impecável, mas talvez a aparência seja a única coisa impecável nela. Não conhecemos ninguém somente por saber seu nome ou até mesmo sua banda preferida, passamos a conhecer as pessoas quando elas nos deixam olhar em seus próprios olhos.
Eu acho que não quero que ninguém me conheça, venho reparando há tempos que toda vez que sou apresentada a alguém, nunca deixo que ela olhe diretamente nos meus olhos. Medo? Angústia? Não sei.
Odeio quando tiram conclusões sobre mim, quando pensam que me conhecem. Ou metade das pessoas estão conformadas em simplesmente saber o básico sobre mim, ou eu nunca permiti que elas conhecessem mais que isso.
Não, eu não estava brava com você aquela noite, pelo contrario, eu te olhava quando você estava de costas, você obviamente não percebia até que você me olhou, mas eu não percebi. Eu fui jogada em seus braços, e sem sucesso alguém, eu tentei espaçar. Não vou negar que quero de novo mas nunca pratiquei tanto o desapego quanto agora.
Você já fez, uma vez, duas vezes, e porque não três?
Há sempre uma historia por trás de cada pessoa, há sempre um desejo escondido atrás de um sorriso, há sempre um mundo novo esperando você.
Eu venho aprendendo a cada dia que eu tenho a permissão de imaginar qualquer coisa de uma pessoa, mas até eu conseguir a permissão da mesma para encontrar seus olhos, eu vou guardar minha imaginação.
Eu olho para muitas pessoas, eu imagino centenas de coisas. Eu estou construindo a minha história. Eu estou construindo duas coisas, minha aparência e minha essência. Dentro e fora.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

quatro pessoas


Eu e você, você e eu, quatro pessoas. Eu sempre igual e você do mesmo jeito.
Dias atrás, hoje, tanto faz, me pego ensaiando diálogos que até hoje não aconteceram. Sento na minha cama, escolho o bichinho de pelúcia que eu mais gosto - provavelmente aquele que você me deu - e começo. Lembro de quando você me entregou e junto eu ganhei um abraço e um feliz aniversário, lembro também de quantas vezes já o joguei no chão e pisei em cima.
Rara são as vezes que combinamos algo junto, mas sempre quando saímos nos encontramos, e você fica do meu lado a noite toda, conversando comigo, amedrontando todos os outros pois eles acham que eu sou qualquer coisa sua, e sempre quando perguntam para você ou pra mim o que sempre sai é: amigos.
Oi amigo.
Alguns falam que da pra ver de longe que não é só isso, mas é só isso.
Por você e por mim é só isso.
A coragem passa longe de nós dois, o medo de dar certo também.
Já perdi as contas que quantas vezes peguei você olhando nos meu olhos, de quantas vezes você fechou a cara quando eu sai com alguém. O modo como você fica estranho quando eu comento que minha noite foi ótima mesmo você não estando nela.
Sei que eu devia ter coragem também, mas eu já cansei de ser a primeira jogar e sempre perder. Arrisco-me todos os dias, sim, a cada dia que passa corro o risco de não ter você.
Somos como o medo e a força. O medo é uma perturbação resultante da ideia de um perigo, receio de causar algum mal e a força determina o estado de um corpo, o resultado de uma ação. Eu sei onde estamos, sabemos o perigo que corremos se dermos mais um passo, uma nova ação.
Mas eu não quero ser a única a fazer isso e perder.
O medo que temos de amar é o medo de estar perto demais.
A força de amar é a força que nos permite olhar nos olhos, não para procurando algo e sim para confirmar aquilo que deseja.
Eu curei minhas feridas, estou pronta para uma nova proposta, pronta para correr qualquer risco, eu só preciso disso, vem comigo?