terça-feira, 12 de janeiro de 2010

cicatrizes


Há alguns anos,
em um dia quente de verão,
um pequeno m
enino decidiu
ir nadar no lago que havia atrás de sua c
asa.

Na pressa de mergulhar na água fresca,
foi correndo e deixando para trás os sapatos, as meias e a camisa.
Voou para a água,
não percebendo que enquanto nadava para o meio do lago, um jacaré estava deixando a margem e entrando na água.

Sua mãe, em casa, olhava pela janela enquanto os dois estavam cada vez mais perto um do outro. Com medo absoluto, correu para o lago, gritando para seu filho o mais alto quanto conseguia.
Ouvindo sua voz
, o pequeno se alarmou, deu um giro e começou a nadar de volta ao encontro sua mãe.

Mas era tarde.
Assim que a alc
ançou, o jacaré também o alcançou.

A mãe agarrou seu menino pelos braços enquanto o jacaré agarrou seus pés. Começou um cabo-de-guerra incrível entre os dois. O jacaré era muito mais forte do que a mãe, mas a mãe era por demais apaixonada para deixa-lo ir.

Um fazendeiro que passava por perto, ouviu os gritos, pegou uma arma e disparou no jacaré.

De forma impressionante, após semanas no hospital, o pequeno menino sobreviveu. Seus pés extremamente machucados pelo ataque do animal, e, em seus braços, os riscos profundos onde as unhas de sua mãe estiveram cravadas no esforço sobre o filho que ela amava.

Um repórter de jornal que entrevistou o menino após o trauma, perguntou-lhe se podia mostrar suas cicatrizes.
O menino levantou seus pés.

E então, com óbvio orgulho, disse ao repórter:

- Mas olhe em meus braços.
Eu tenho grandes cicatrizes em meus braço
s também.
Eu as tenho porque minha mãe não deix
ou eu ir.

Você e eu podemos nos identificar com esse pequeno menino.
Nós também
temos muitas cicatrizes.
Não, não a de um jacaré, ou qualquer co
isa assim tão dramática.
Mas as cicatrizes de um passado dol
oroso.
Algumas daquelas cicatrizes são feias e causam-nos profunda dor.



Mas, algumas feridas, são porque alguém se recusou a nos deixar ir.

E enquanto você se esforçava, ele estava lhe segurando. Se hoje o momento é difícil, talvez o que está te causando dor seja ele cravando- lhe suas unhas para não te deixar ir. Lembre-se do jacaré e muito mais daquele( que normalmenten nao são muitas pessoas ) que, mesmo em meio a tantas lutas, nunca vai te abandonar e, certamente, vai fazer o que for necessário para não te perder, ainda que para isso seja preciso deixar-lhe cicatrizes.

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